Acordeón de sueños

julio 5, 2020

Aquí voy a describir el proceso de elaboración de un “acordeón de sueños ilustrados”, 
desde la recopilación de los sueños hasta su publicación.

¿Cómo se hace un acordeón?

Para hablar del proceso de elaboración me resulta más fácil abordar uno que está en su fase inicial. En el caso de los ya publicados, no sabría por dónde empezar.

El acordeón que nos ocupa será el número 43 de la serie. Recordemos que cada acordeón reúne seis sueños de niñas y niños de x ciudad, y que está enteramente ilustrado por un dibujante. Podrás encontrar referencias de varios acordeones de sueños en la magnífica galería de “Publicaciones en forma de acordeón” desarrollada por Stephen Perkins.

Hay varias ideas que me impulsan a publicar sueños: 1) El sueño, por naturaleza volátil, se vuelve tangible y perdurable al publicarlo. 2) Es un trabajo de colaboración entre niños e ilustradores, donde también participa un recolector de sueños que al mismo tiempo desempeña el papel de editor. 3) Los sueños, como sustancia narrativa, tienen su propia personalidad, del mismo modo que la tiene un poema, un relato, una greguería, una novela o x expresión literaria. Contar un sueño requiere de un gran esfuerzo de introspección, memoria y fidelidad hacia la sustancia soñada. Para hacer un relato fidedigno de lo soñado, uno debe renunciar a la tentación de explicarse o interpretar el sueño (mientras uno lo intenta, el sueño desaparece). Dicho esto, tenemos claro que en este proyecto no interesa la interpretación de los sueños, salvo la que hace el dibujante que los ilustra. 4) Las niñas y niños son autores, tanto como los ilustradores que ilustran sus sueños y el recolector que los recopila. 5) Escribir y narrar los sueños es un trabajo de recuperación: la recomendación de escribirlos en un cuaderno equivale a un ¡no tires a la basura ese suéter rojo, aún se puede aprovechar! En suma, estamos en camino de salvar al mundo.

Recolección de sueños

A inicios del 2020 estaba yo en Mazatlán, Sinaloa, México. Allí, recorriendo el extenso malecón en dirección al faro, llegué a la escuela más antigua del puerto: la primaria Josefa Ortiz de Domínguez, ubicada junto al mar. El lunes 10 de febrero de 2020, a partir de las 9 de la mañana, invité a los grupos de cuarto, quinto y sexto a escribir lo que habían soñado. Recuperamos 69 sueños escritos y dibujados en trozos de papel. En anteriores ocasiones, distintos grupos, en otras ciudades, han colaborado escribiendo y dibujando durante varias semanas o incluso meses, pero esta vez bastó un mañana para elegir los seis sueños que servirán como materia prima e inspiración para realizar un nuevo acordeón.

Cosecha de sueños en Mazatlán, 2020

Origen de los sueños y criterios de selección

Sin importar el lugar del mundo donde los niños viven y sueñan, las pesadillas siempre sobrepasan en número a los sueños “buenos”.

Al elegir el conjunto de seis sueños que conformarán un acordeón, me gusta que haya un balance entre optimismo y pesadilla. Procuro además que sean textos breves que evoquen imágenes. Y, muy importante, me fijo en ésos que, como todo buen relato, me sorprenden, me golpean, me despiertan. Aunque sea durante algunos segundos.

Como todavía nadie ha dicho la última palabra sobre cómo nuestra mente elabora los sueños, con la propia selección del material yo podría generar ideas equivocadas y alimentar tópicos: si quisiera emular la violencia que publican diariamente los periódicos locales, elegiría sólo sueños terribles. Recopilé algunos que apenas se diferencian de las escabrosas notas de la prensa roja. Esta selección fomentaría la idea de que en Mazatlán todos los niños viven atormentados.

En lugar de eso podría, en un ejercicio de optimismo, elegir sólo aquellos sueños que hablan sobre mundos hechos de dulce y corazón, para reflejar una infancia idílica y querida.

Por fortuna, no busco reflejar ninguna idea premeditada y es el propio material el que me guía en la selección…

Continuará

José Roberto Celestino

julio 10, 2023

Entrevista com José Roberto Celestino

@joserobertocelestino_

Pernambuco, Brasil.

Por Roger Omar. 7/Julho/2023.

-Intuição ou razão? Como ambas operam e sua vida e qual com maior força?

Não sei qual escolheria, admiro pessoas e produções que parecem mais intuitivas que racionalizadas, e (até por esse dúvida aqui na resposta) eu sinto que sou mais racional, mesmo não sendo nada assertivo ou analítico, normalmente penso ou me detenho nas situações (com muita frequência, para acabar não fazendo nada), mesmo quando sou impulsivo, sinto que é mais porque evitei pensar tanto e não que eu sigo alguma certeza. 

Fazendo arte me interessa experimentar e improvisar, muito também pela falta de certeza, mas vários passos só sinto que consigo realizar definindo alguns pontos. Gosto muito de chegar em imagens e textos e sensações sem pensar tanto, quase como leio, ainda que seja eu quem tá anotando, e depois, num processo mais racional, defino uma forma pensando que vou apresentar a alguém mas tentando não fechar demais em “o que entendo”, “o que faz sentido” ou “qual a intenção”. Acho bonito quando as sensações que algo transmite flutuam em elementos da forma mas não são tão destacáveis “isso se deve aquilo”. Não sei, ao mesmo tempo lembro de que eu não sou bom em analisar. Vai ver várias coisas que acho que o que traz sensação é difuso é na verdade muito óbvio. Vendo filme policial eu sequer me pergunto quem pode ter cometido o crime.

-Em que se diferencia o José que sonha do José da vida real?

Eu me lembro muito pouco dos meus sonhos, quase sempre são formados de pequenos lapsos, bem comum que sofram influência da luz do ambiente, e também dos sons. Acho que é comum meus pensamentos correrem sem foco também porque sou desatento, nisso talvez a concordância de ambas as condições me faça ser muito quieto nos sonhos, não faço muitas ações, nem tenho pressa ou pensamentos demais, mesmo quando há aflição talvez seja mais constante, de algo desencadear uma tristeza, por exemplo, e ela prevalecer sem ser questionada, ou então ser rebatida pelo tom que o sonho já tinha e vai seguir tendo. Mas não sei mesmo, não consigo pensar em grandes exemplos para comparar ajo nos sonhos.

-O que prevalece em seus sonhos: as sensações ou as histórias? E em teus quadrinhos?

Em ambos, sensações. Meus sonhos não costumam envolver grandes acontecimentos, normalmente são pequenas situações muito isoladas e difusas: conversas, ações, surpresa com algo ou algum objeto.

Não sei se já havia relacionado, mas nos meus quadrinhos também acontece sempre muito pouco, nem considero tanto como histórias, são situações mesmo, momentos, pensamentos. As vozes não vêm de personagens muito definidos e suas personalidades ou são vagas ou só aparecem de uma ou outra forma ditando o que acontece: o que os personagens acham, como se movimentam. Então até tem história no sentido de situações, mas são tão simples que a prevalência está nas sensações dos personagens.

Além disso, penso na sensação de quem vai ler, a maioria é de humor, então fazer escolhas que envolvam rir ou achar que engraçado, ridículo, fofo. Isso vale para outras sensações também, o que fazer para priorizá-las ou deixá-las aparecer. Fora uns bem abstratos, que não sei, penso ou procuro formas tentando fazer com que a sensação de ver sejam próximas das que me interessam ou imagino para aquelas formas.

-Qual é a relação com seus sonhos? Há personagens ou cenários recorrentes neles? Como funciona o mecanismo dos teus sonhos?

Acho que não quanto a personagens recorrentes. Normalmente o que acontece é bem banal, no máximo são situações comuns mas com pessoas improváveis (que não conheço na vida real ou que não existem ou que não encontraria em determinado contexto). É comum eu mesmo não aparecer nos sonhos fisicamente, tipo visualmente, sou eu presenciando ou mesmo lendo ou assistindo algo, que de tão banal me pergunto depois se verdade, acho que passo tempo demais na internet e relegar o mundo físico chega assim nos meus sonhos. Não sei. 

Quanto a relação acho bonito quando tem algo interpretável, os significados se fazem tão rapidamente! Acredito o que gera as imagens e situações dos sonhos, por mais surpreendentes que sejam, dialoga com minhas percepções, valores, vontades. Mas é curioso ver ou ouvir algo que diz muito de você mas que não sabia até então ou não conseguiria formular. Acho que isso tem a ver com arte.

-Recorda algum sonho que teve na infância?

Queria, mas não exatamente. Lembro de que uma vez sonhei que eu tinha uma boca no joelho, mas acho que não havia contexto nenhum e não lembro se era tão criança, fui guardando como sendo o mais esquisito que tive, que nem sei se é porque realmente me lembro de muito poucos. Sonhei uma vez com o que parecia um ninho de pássaros, tipo o material dos ninhos, mas era muito e com cágados tão grandes tanto, só lembro dessa imagem e de acordar com medo, era criança também, sempre senti medo de cágados, são recorrentes.

-Quais os seus maiores medos no mundo dos sonhos? Já teve algum pesadelo recorrente?

É recorrente a aparição de cágados e mais ainda de sapos nos meus sonhos, e acho curioso assim que acordo (com susto até) o quanto dá medo, não aparecem de maneira esquisita, no máximo em escalas diferentes, e tenho medo de sapos na vida real, mas em sonhos eles me causam um medo bem inexplicável porque lá também eles não fazem nada. Meu quadrinho para a zine do Soñario é baseado em um desses, um até com acontecimento bem diferente: uma rua ladrilhada por sapos. Porém não consigo dizer que tenho pesadelos recorrentes, porque não são situações que se repetem.

-Desenha quadrinhos como quem escreve poesia na lista de compras… Em que condições se sente motivado a desenhar? Qual a origem de suas histórias? Por que desenha quadrinhos?

Eu não preparo ou espero nada para escrever quadrinhos, mas também não acho que me vem com a maior facilidade de todas, eu costumo chegar ou fazer algo que penso que pode ser um quadrinho enquanto rabisco sem propósito, mas, claro, penso em textos e imagens enquanto faço outras atividades não relacionadas (lavando louça, tomando banho) então anoto ou lembro depois e desenvolvo algo.

Acho que as minhas histórias são muito baseadas em criar pequenas linhas de associações, nisso, de novo, quase não sinto como histórias, são mais anedotas, pensamentos, listas, conversas, momentos, algo assim. Gosto de música, do texto em música, de uns alusivos e fragmentados, acho que absorvo muito de arte e percepção assim, de qualquer forma. Meus quadrinhos costumam surgir em ter um ponto (uma imagem, um texto, uma ideia) que seja vago mas curioso, e seguir com isso criando um circuitinho de similares, várias vezes utilizo restrições (rimas, limites, etc) para delimitar o que posso fazer e não ficar tão perdido em possibilidades, também para chegar em resultados mais curiosos a que pensamentos mais causais não levariam.

Claro que também penso muito a partir de situações cotidianas, no que vivo ou me deparo ou penso, os levo estreitamento ou metaforicamente. Tem muito de vergonha, de arrependimento, esses dão vontade de registrar por uma vontade de dizer para mim “eu sei que é ridículo” e rir, relevar ou me fazer lembrar. Esse é um porquê eu desenho, mas a vontade de criar circuitinhos de imagem, texto e, nisso, efeito, é realmente algo para mim. Algo que circule uma graça. Devem ter outros (uns 3 e meio).

-É um bom leitor de seus próprios quadrinhos?

Acho que questiono detalhes nos meus quadrinhos mais do que na maioria dos que leio, mas isso não impede quase nada, várias vezes enxergo furos no texto enquanto tô fazendo e mesmo assim continuo, principalmente porque me interessa mais criar um encadeamento de imagens do que um fim ou apresentar uma mensagem muito definida. Então deve ser só porque posso ver os elementos mais separados ou que posso alterá-los. 

O que me questiono é o que os textos e imagens aludem ou geram, normalmente gosto que possuam abertura, que não vão tão longe sem nenhuma especificidade mas que não confirmem demais alguma ideia exterior, mesmo que eu acredite, porque acho que isso torna desinteressante. Ainda assim, meus quadrinhos são muito básicos e lineares, a forma quase não muda (requadros, paginação), construção de personagem ou plot, eu mal penso, vou para abstração ou formas opostas, óbvias ou genéricas para que não fique tão difícil e eu acabe não fazendo.

Acontece muito de, quando leio o que já fiz, achar que várias imagens e textos são ruins ou preguiçosos, mas que ao desenhar me vejo fazendo outra vez e aceito, porque penso que não ligo para isso nos de outros autores, que algumas imagens continuam voltando porque ainda guardam significado para mim, nem que seja idealmente, então voltam com papel diferente interagindo com formas que ainda não tentei em favor daquele novo quadrinho.

Mas sei também que é desculpa para seguir fazendo, se eu tivesse que fazer só um não faria nenhum, não confio nas ideias ou no resultado, nem tenho paciência de planejar demais, quando vou publicar mal consigo ler, leio para não deixar passar algum erro já no fim, nos impressos vejo borrões ou detalhes porque já não consigo ler e sei que lendo, não vou gostar muito, nisso penso que farei outros.

Quando gosto é engraçado, porque acho divertido que fiz e existe e não é horrível, mas não significa muito pros novos, fora um “tá fiz algum” haha. Normalmente eu demoro para achar que gosto, acho que tem a ver com esquecer o que queria fazer e ler como leitor, não autor. Mas isso continua se alternando, leio ainda depois e me envergonho ou acho ruim.

Nos quadrinhos de outros autores eu gosto muito de estar e ver e seguir o que deixaram feito, e  como fazem, não me pergunto tanto, lendo os meus é um pouco checar o que fiz lá, se eu consegui fazer um quadrinho autônomo que eu gostaria de ler sendo ele de outra pessoa. 

-Recomenda um punhado de desenhistas de quadrinhos…

Gosto muito de Manda Conti (@um.mandac), Zoë Colling (@lasterdays), Juliette Collet (@diaryofjuliettecollet), Lilian Sim (@thirdboredom), Karen Fagu (@karenfagu), Daniel Liberalino (@kurtzincongo).

*Autorretrato de José Roberto Celestino. 2/Julho/2023.

Victoria Kim

agosto 9, 2021

© Victoria Kim, 2021.

Очень странное путешествие

Однажды мне присниля сон, что я сам летел в Бразилию на самолёте, а когда прибыл, поехал в отель, возле которого меня ждал вертолёт. Я сел в него и полетел на поле по мини-футболу, а там было нашествие кроликов-мутантов – у них были длинные, черные зубы, а если они тебя укусят, ты умрёшь. Потом один кролик меня укусил, и в этот момент я проснулся.

(Виктор, 10 лет)


INTERVIEW WITH VICTORIA KIM

@vinyakim

St. Petersburg, Russia.

By Roger Omar. 5/August/2021.

Hi Victoria! In what way are your dreams related to your drawings?
I have never used my dreams as direct inspiration for my drawings, but I think they are similar in their surrealism and their combination of strange images.

-How did you start drawing?
I started drawing as a kid. I drew princesses, different characters from cartoons, animals. I just loved spending my time this way. 

Do you have any recurrent dreams? Or certain situations or scenaries that you frequently dream?
Yes, it seems that I often have the same dreams. But I’m not sure if it’s really so or just a déjà vu. I do often dream about the same airport. Or events that take place in my old family house where I grew up, although I haven’t lived there for a long time.

Is there a certain place or mood that stimulate your capacity of dreaming?
I do have dreams almost every night. They become more odd when I’m ill or if it’s too hot outside. Also if I’m sleeping at a new place.

Do you remember a dream that you had as a child?
I can’t remember any specific one, but when I was little I often dreamt that I was falling from somewhere. I was doing it on purpose, to find out what would happen in the end. I either woke up or hung above the ground. I also often dreamt that I was flying, but not as a bird would, rather like a light feather hovering above the ground.

Have you ever used any of your dreams in a practical way? Or have you been influenced or decided something because of a dream?
Sometimes the answers to my questions pop up in my head while dreaming, it can literally be a solution to some situations. If I can’t look at a problem from a different angle in real life, an unexpected solution can come to me in a dream. I have repeatedly done exactly as I dreamt.

Please tell a recent dream of your own.
I have had a dream that seemed like an action movie. There were two characters — a man and a woman. They both flew with those cars which we usually imagine when talking about the future. There was a shooting, the girl got sick and she flew back to their headquarter’s shelter, but the shelter was already occupied by the military. All women were held in the same room, no one tried to escape. That girl, as if she already became me, sneaked out through the back door and no one noticed her/me. An incredibly beautiful view of the city opened up in front. It felt like Paris, lit with lights. I saw that there was a mesmerizing fairytale-like funicular, but it looked like it was for children only. I went up there, wanted to take a ride, but was afraid that I would not be allowed in because of my age.


Entrevista flotante con Victoria Kim.

Por Roger Omar. 5/Agosto/2021.

(Entrevista original en inglés).

-¡Hola Victoria! ¿En qué se parecen tus dibujos a tus sueños?

Nunca he usado mis sueños como inspiración directa de mis dibujos, pero se parecen en la extraña combinación de imágenes y en su tono surrealista.

-¿Cómo empezaste a dibujar?

Empecé desde niña. Dibujaba princesas, distintos personajes de cartoons, animales. Me encantaba pasar el tiempo dibujando.

-¿Tienes sueños recurrentes? ¿O situaciones y escenarios que sueñes con frecuencia?

Sí, parece que siempre tengo los mismo sueños. Pero no estoy segura si son los mismos sueños o un déjà vu. A menudo sueño con un mismo aeropuerto. O con eventos que ocurren en la vieja casa familiar donde crecí y de la que me mudé hace mucho tiempo.

-¿Algún lugar o estado de ánimo que estimule tu capacidad de soñar?

Sueño cada noche, y las historias se vuelven más extrañas cuando estoy enferma o cuando hace mucho calor afuera. También cuando duermo en un nuevo lugar.

-¿Recuerdas algún sueño que tuviste de pequeña?

Ninguno concreto, pero cuando era niña frecuentemente soñaba que me caía de algún sitio. Me caía a propósito para averiguar qué pasaría: unas veces me despertaba y otras me quedaba colgada por encima del suelo. A menudo también soñaba que volaba pero no como un pájaro, sino como una pluma que planea suavemente sobre el suelo.

-¿Alguna vez has usado en la “vida real” alguno de tus sueños, o te has inspirado en algo que soñaste para tomar una decisión?

Algunas veces las respuestas a mis preguntas aparecen en sueños, dándome -literalmente- la solución a ciertas situaciones. Si en la vida real tengo algún problema que no puedo analizar desde una óptica distinta, el sueño me ofrece una solución inesperada. Muchas veces he hecho exactamente lo que el sueño me propone.

-Cuéntame un sueño reciente.

Tuve un sueño que parecía una película de acción. Había dos personajes, un hombre y una mujer. Ambos volaban en coches futuristas. Hubo disparos, la mujer enfermó y regresó a su cuartel, pero el refugio ya estaba ocupado por militares. Todas las mujeres estaban retenidas en la misma habitación, ninguna intentaba escapar. La mujer, que en ese momento era yo, se escabulló por la puerta trasera sin que nadie se diera cuenta. Una vista increíblemente bella de la ciudad se abrió frente a mí. Se sentía como París, iluminada con luces. Vi un funicular fascinante, como de cuento de hadas, pero parecía exclusivo para niños. Subí, quería dar un paseo, pero temía que no me dejaran debido a mi edad.

Isabel Peterhans

agosto 7, 2021

Entrevista con Isabel Peterhans

(1986. Baden, Switzerland)

Por Roger Omar. 2/Marzo/2021.

-¡Hola Isabel! ¿Cómo te relacionas con tus sueños? ¿Tienes sueños recurrentes o símbolos que ya sabes interpretar?

Mis sueños son muy caóticos. A menudo los interpreto al despertar. Pero los olvido demasiado rápido como para ser capaz de interpretarlos en conjunto.

A menudo sueño con personas públicas. Creo que proceso mucho lo que veo y consumo online. Por eso trato de reducir mis interacciones en social media. Una vez, mientras viajaba, pasé dos semanas en la selva senegalesa, sin conexión a internet. Mis sueños eran hermosos, las historias más claras y el contenido no estaba influido por los media.

-¿Recuerdas los sueños que tuviste de pequeña?

Cuando era niña soñaba muchísimo, pero como le ocurre a todo niño, mi fantasía diurna era tan intensa que no era fácil distinguirla de mis sueños. Tengo claros recuerdos de lobos durmiendo bajo mi cama, del sonido de sus latidos a medianoche. O de balancearme con un pie sobre la cima de una pirámide. O de hundirme en la nieve hasta ahogarme.

-¿Qué tan similar es la Isabel niña a tu versión actual? ¿Qué te hace sentir todavía como una niña?

Cuando estoy con gente que me hace sentir cómoda y expreso (por ejemplo) alegría, me siento como una niña. O cuando estoy con mi hija de 2 años, siguiendo sus pasos, tratando de ver las cosas a través de sus ojos.

Creo que quien hace lo que su yo pequeño proyectaba hacer, permanece siendo niño toda su vida. Sólo por no decepcionar al niño que hay en su interior.

-¿Interviene tu subconsciente cuando dibujas? ¿Lo dejas entrar?

Buena pregunta. Creo que siempre intento buscar proyectos donde sea posible dejarlo entrar. Cuando se sale de control, especialmente en las ilustraciones por encargo, intento detenerlo un poco. Pero luego el control se vuelve muy fuerte y vuelvo a permitir que el subconsciente intervenga.

-¿Cuál es tu conexión con Latinoamérica? Cuéntame qué proyectos has hecho allá.

La primera vez que viajé a Latinoamérica sentí que una parte de mí había llegado finalmente a casa. Adoro la calidez de la gente y su cultura del baile.

Pasé tres meses en Colombia. Un mes entero dibujando un Eco-libro para colorear, para los niños y niñas de la Sierra Nevada de Santa Marta (como parte de un proyecto colectivo. Aquí puedes echar un ojo y apoyar la segunda edición).

En Coatepec, Veracruz (México) conocí la “Ceiba gráfica”, un lugar mágico donde es posible realizar residencias artísticas para aprender todo tipo de procesos de impresión, como xilografía, litografía, etc. Allí realicé una serie de grabados en madera sobre algunas mujeres inspiradoras que conocí mientras viajaba.

-¿Eres muy distinta de como te sueñas?

Mmh, en mis sueños soy menos crítica y hago las cosas que hay que hacer. Tengo muchos miedos en mis sueños. En la vida real también, pero los escondo muy bien. Haha.


Isabel Peterhans

@isabel_zazel

Interview by Roger Omar. 2/March/2021.

Original interview in english.

-Hi Isabel! What is your relation with your dreams? Do you have any recurrent dreams or symbols that you already know how to interpret?

My dreams are very chaotic. I often interpret them when I wake up. But I forget them too quickly to be able to interpret them all together.

But I often dream of public people. I think I process a lot of what I see and consume online, that´s why I try to reduce my social media interactions. Once, while travelling, I spent time in the Senegalese jungle for two weeks without internet. My dreams were beautiful, the storylines were clearer, the content not media influenced.

-Can you tell a dream that you had as a child?

As a child I had many dreams, but as for all children I guess, my daytime fantasy was so vivid that I can´t separate it so clearly. I have strong memories of wolves sleeping under my bed, hearing their heartbeats at midnight. Or balancing with one feet on the top of a pyramid or drowning in deep snow.

How similar is the Isabel-kid to your actual version? When do you still feel like a child?

When I am with people I feel comfortable with and I express my joy for example, I feel like a kid. Or when I spend time with my 2 year old daughter, following her steps, trying to look at things through her eyes.

I guess a person who does what her kid version wanted to become stays a kid forever, just because you don´t want to dissapoint the kid in you.

-Is your subconscious present when you draw? Do you let it in?

Good question. I guess I try always to find projects where I can let the subconscious in. When it gets out of control, especially for commissioned illustrations, I try to stop it a bit. But then control gets too strong, so I have to open up again.

-What is your connection with Latin America? How did it start? Have you made any visual projects there?

Oh, when I first came to Latin America I felt like a part of me was finally at home. I love so much its warm hearted people and the dancing culture.

I spent 3 months in Colombia, one month only drawing on a Eco-Coloring Book for the children of la Sierra Nevada de Santa Marta (as a collective project, please have a look and you can support the second edition here).

In Coatepec, México I got to know the fantastical and magical place of “La ceiba gráfica” an artist residency where you can learn all sort of printing processes such as woodcut, lithography… I carved a series of women in wood, inspired by the inspiring women that I met while travelling.

-How different are you in reality from the version of yourself in dreams?

Mmh, I am less critical in my dreams, I just do the things that need to be done. I have a lot of fears in my dreams. I know I have fears in real life too, but I kinda hide them very well. Haha.

Lote Vilma

abril 6, 2021

© Lote Vilma, 2020

Soñé que mi gatita había tenido gatitos y gatitas, y habían nacido sin cola y gruñían como león, y me asusté y desperté.

(Brenda Juleth)

Tickling interview with Lote Vilma

4/March/2021

-Hi Lote! What do you like about drawing?

I like how abstract drawing is. I like the fact that through drawing I can discover my inner world. I like that one doesn´t need much to draw – a pencil and a paper. Or sand and a finger. Or a foggy window. I’m interested in the quality of lines. I like that with one line one can express so much. I think that drawing is quite an intimate occupation. And it is something real. It’s a language.

-What kind of figures come naturally when you sit to draw with no plans?

I often draw different plants, flowers, leaves, animals (dogs!), faces, strange characters, vases, trees, clouds, houses.

-Do you have any childhood game or belief that you preserve until now?

I still like to be tickled and to tickle others. If I see a small platform or stairs I feel the urge to step on it. Since childhood I have the belief that I want to make art and write.

-In which ways is the Lote kid similar to the actual Lote?

Mostly I feel like that kid Lote is still inside me and sometimes pokes out her little head to make herself be seen. During those moments I become again a bit like the kid Lote. It’s not always pleasant! When I was a kid I liked to play games of imagination and I still kind of do it in my art and poems.

-What things did you draw as a child?

I liked to write stories and then illustrate them. I also drew stuff that was around me – my family, relatives, portraits of my toys, different types of human lips, musical instruments. I had these notebooks with drawings and texts, kind of like zines in today’s context.

-How did you discover the world of illustrated books as a kid? Which are your longtime favorite books?

My mom used to read to me, so I guess that was the beginning of it. I liked to read illustrated books with some fantasy adventures. Some childhood favorites that I still like are Karel Čapek’s «I Had a Dog and a Cat» and books from Tove Jansson.

-Your name is beautiful. Where does it come from?

Thank you! «Lote» is a name that my parents chose, but «Vilma» is my grandgrandmothers name, and she wished that I would have it too, so now I have two names! I feel like «Lote» is the one who draws and «Vilma» is the one who writes poems. I don’t use often my last name, because it sounds more simple this way.

-What is your relation with dreaming? Is there a personal simbology in them?

I find dreams very interesting – the more you think about them the more interesting and meaningful they become. For a while I liked to search in the dream symbol dictionary the things that I saw, I’ve found various amazing interpretations there. Last year I also wrote a few poems that were basically my dreams written down. Dreams are so poetic and strange, I find that it’s a great material for art and poetry. For me, water in a dream symbolizes feelings and emotions. This meaning has spilled in my creative work as well.

-Which animals or people do you dream often?

I often dream about the people that I meet daily, but sometimes they are someone from my past. You never know who you might meet in a dream! I don’t think that I dream about certain animals too often, but recently I saw a dream with a talking cow in a slaughterhouse. She was gossiping to another cow about some stupid horse.

-Do your dreams have a real influence in your life?

I find that most often the dreams can only say something about what is going on inside me. Other than that – I feel that they sometimes stay with me during the day, making me feel different.

-What do you like about Brenda´s dream?

Brenda’s dream has a very powerful emotion. It feels both empowering and scary.

-Please tell a recent dream of your own.

Recently I had a dream: I enter my home and there are some fishes laying on the floor. A huge cat comes out from one of the rooms and looks dangerous and nervous. I try to walk past it but he suddenly bites my leg and I shout.


Entrevista cosquilleante con Lote Vilma

4/Marzo/2021

-¡Hola Lote! ¿Por qué te gusta dibujar?

Me gusta lo abstracto que es el dibujo. Me gusta que a través del dibujo puedo descubrir mi mundo interior y que sólo necesito lápiz y papel. O mi dedo sobre la arena. O una ventana empañada. Me interesa el potencial de la línea. Con una línea puedo expresar muchísimo. Dibujar es una ocupación un tanto íntima. Y real. Es un lenguaje.

-¿Qué cosas aparecen naturalmente cuando dibujas sin un propósito?

A menudo dibujo diversas plantas, flores, hojas, animales (¡perros!), caras, personajes raros, jarrones, árboles, nubes, casas.

-¿Conservas algún hábito de tu infancia?

Me gusta hacer y que me hagan cosquillas. Si veo una pequeña plataforma o escaleras, siento el impulso de subirme. Desde pequeña sabía que quería hacer arte y escribir.

-¿Se parece la pequeña Lote a la actual?

Siento que la niña Lote aún vive en mí, asomando de vez en cuando la cabeza para hacerse ver. En esos momentos me vuelvo un poco niña, ¡no siempre es agradable! Cuando era niña me encantaba jugar con la imaginación y todavía lo hago en mis poemas y arte.

-¿Qué cosas solías dibujar de pequeña?

Me gustaba escribir historias e ilustrarlas. También dibujaba lo que me rodeaba: mi familia, parientes, retratos de mis juguetes, diversos tipos de labios humanos, instrumentos musicales. Tenía cuadernos con dibujos y textos, un poco como los zines de hoy en día.

-¿Cómo descubriste los libros ilustrados? ¿Cuáles eran tus favoritos de niña?

Mi mamá acostumbraba leerme, creo que así inició todo. Me gustaban los libros ilustrados de fantasía y aventuras. Algunos de mis favoritos siendo niña -y que aún me gustan- son “I Had a Dog and a Cat” de Karel Čapek y los libros de Tove Jansson.

-Lote Vilma es un nombre muy bonito. ¿Cuál es su historia?

¡Gracias! Mis padres eligieron el nombre de “Lote”. “Vilma” es el nombre de mi bisabuela, que quería que también yo lo tuviera, ¡y ahora tengo dos nombres! Creo que “Lote” es quien dibuja y “Vilma” la que escribe poemas. Casi no uso mi apellido, por simplificar.

-¿Qué relación tienes con tus sueños? ¿Hay algo que sueñes que simbolice algo en tu vida?

Los sueños me parecen muy interesantes. Cuanto más pienso en ellos, más interesantes y significativos se vuelven. En algún momento me gustaba buscar lo que soñaba en un diccionario de sueños. Encontré algunas interpretaciones increíbles. El año pasado escribí unos cuantos poemas que eran básicamente mis sueños. Los sueños son tan poéticos y extraños que me parecen geniales como material para el arte y la poesía. Soñar con agua simboliza para mí los sentimientos y emociones. Este símbolo ha conseguido colarse en mi trabajo creativo.

-¿Con qué personas y animales acostumbras soñar?

A menudo sueño con las personas que veo a diario, pero algunas veces aparece alguien del pasado. ¡Nunca sabes a quién te encontrarás en un sueño! No hay un animal concreto con el que acostumbre soñar, pero recientemente soñé con una vaca que hablaba. Estaba en un matadero, chismeando con otra vaca sobre un estúpido caballo.

-¿Has tenido algún sueño que haya influido de algún modo en tu vida?

La mayoría de mis sueños sólo expresan lo que pasa dentro de mí. Aparte de eso, algunas veces me acompañan durante el día haciéndome sentir diferente.

-¿Qué opinas del sueño de Brenda, que has ilustrado?

El sueño de Brenda es emocionante. Poderoso y espantoso al mismo tiempo.

Sueño de Brenda Juleth. México.

-Cuéntame un sueño reciente.

Hace poco soñé que entraba en mi casa y había algunos peces en el suelo. Un enorme gato salió de uno de los cuartos, peligroso y nervioso. Intenté pasar y de pronto me mordió la pierna y grité.

Anna Kulíčková

marzo 6, 2021


© Anna Kulíčková, 2020
 

Una vez en casa de mis abuelos soñé que el colegio estaba al lado de su puerta y fui al colegio, me asomé al barranco y vi una serpiente gigante que me dejó hecho piedra. Mi profesora sacó un espray y me recuperé. Nos pasó a todos hasta que se acabó el espray y me desperté.
(Javier, España)

Entrevista con Anna Kulíčková

Por Roger Omar. 6/Feb/2021.

-¡Hola Anna! Háblame de tu perro y cuéntame qué cosas te gustan de él.

Se llama František y proviene de un albergue eslovaco. Fue encontrado en muy mal estado, en un pueblo fronterizo. Allí los perros tienen una vida muy dura en general. Cuando lo conocimos estaba muy asustado y todavía teme a los desconocidos. Ya te puedes imaginar qué feliz estoy de ver cómo ha cambiado. Ahora está claramente viviendo su sueño. Y eso es precisamente lo que más me gusta de él, que disfruta la vida y las oportunidades que tiene con nosotros. Aparte de eso, es muy tierno cuando duerme.

-Hiciste un libro hermoso llamado “Dogmare” (Psomůra), que narra la pesadilla de un perro. ¿Cómo surgió la historia? ¿Se inspira en hechos reales?

Karlín -el barrio de Praga donde crecí y vivía entonces- fue mi principal inspiración para este libro. La iglesia y toda la arquitectura que aparece en las ilustraciones se basa en lugares reales. También me inspiré muchísimo en el perro que tuve desde los ocho años. Simplemente imaginé las tragedias que podría vivir en la calle un perro acostumbrado a vivir en una casa con su familia.

-Has ilustrado el sueño de Javier, ¿por qué lo has elegido?

Me cautivó desde la primera lectura. Me encantan las cosas bizarras y absurdas. Una serpiente gigante que convierte a los niños en piedra es una gran idea.

-¿Cuál es tu relación con los sueños?

Siempre he soñado muchísimo y tengo sueños muy distintos. Algunos surreales, pero esos suelo olvidarlos. A menudo sueño con las cosas que estoy viviendo. También sueño que mis amigos se transforman en gente que no conozco. Sin duda, las pelis y los libros inspiran mis sueños.

-¿Qué tan parecida es la niña Anna a tu yo actual? ¿Cuándo te sientes todavía como una niña?

Cuando tengo hambre o estoy cansada puedo ser tan molesta como cuando era pequeña 🙂

Aún celebro con mis padres la Navidad y otras fiestas que me hacen sentir como una niña.

-¿Recuerdas algún sueño que tuviste de pequeña?

Sí, sorprendentemente se trata de una pesadilla. Estábamos en el gimnasio de la escuela y de pronto empezó a cambiar de forma y había un monstruo, algo como un demonio gigante. De pronto estaba sola, sin la posibilidad de escapar. A día de hoy, la atmósfera de esa pesadilla me acompaña y en ocasiones tengo un sentimiento raro, igual al del sueño.

-¿Cómo fue crecer en Karlín? ¿Cuál fue tu primer encuentro con el mundo de la Ilustración y qué te inspiró a ser ilustradora?

Karlín es un barrio de Praga. De niña también acostumbraba ir mucho al campo. Tengo recuerdos hermosos de mi infancia, excepto por las inundaciones del 2002 en Praga, que dejaron a nuestro barrio en muy malas condiciones, con gente extraña y mucho lodo. Por aquel entonces Karlín era conocido como un pueblo fantasma. Eso quedó en el pasado y las cosas mejoraron. Pero actualmente Karlín atraviesa algunos cambios que tampoco me gustan.

De niña dibujaba mucho. Al acabar la primaria debía elegir a qué escuela secundaria ir. No me gustaban mucho las matemáticas ni la historia, buscaba algo más imaginativo. Por eso asistí a una escuela de arte. Decidí hacer ilustración en la universidad, cuando todo estaba conectado con los libros. Hace diez años empecé a coleccionar libros ilustrados y a interesarme más por la ilustración.

-Prefieres hacer tus ilustraciones a mano, ¿por qué?

Creo que resultan más auténticas y personales. Me parece que el trabajo digital hace que las ilustraciones sean muy parecidas. Aunque también me gustan diferentes estilos y técnicas gráficas y siempre me ha gustado experimentar. También disfruto palpando los distintos materiales y colores, algo imposible en el trabajo digital.

-¿Interviene tu subconsciente cuando dibujas? ¿Lo dejas entrar?

Depende de si trabajo para mí o por contrato. A veces sí.

-¿Eres distinta en la realidad y en el sueño?

Me parece que soy la misma.

-Si pudiera entrar en tu pesadilla más reciente, ¿qué vería?

Podrías ver que mis amigos me odian sin que yo sepa el motivo ni el remedio.

-Tu libro “Cuando la oscuridad se derrama por el ojo de la cerradura” (Když se klíčovou dírkou rozlije tma) se inspira en la gráfica infantil. ¿Cómo surgió dicha premisa? ¿Cómo conociste a David Košťák, autor del texto?

Ese libro fue mi tesis de licenciatura. Sabía que quería hacer un libro para niños. Al principio busqué entre historias que ya existían. Luego un amigo me habló de la obra de David, que escribió esta historia para mí. Me gusta mucho la poética del libro y eso fue lo que traté de expresar en mi trabajo.

-Has hecho algunos libros de cabo a rabo (historia, ilustración, diseño gráfico, encuadernación). ¿Qué hay de bueno en la elaboración global de un libro?

Creo que lo más importante de un libro es percibirlo como una unidad. Puedes tener ilustraciones hermosas arruinadas por un diseño gráfico inapropiado o por una mala elección de papel o una mala impresión. La encuadernación también puede cambiar todo su sabor. Por eso siempre trato de pensar en todos los aspectos del libro. También me encanta trabajar con distintos materiales y técnicas.

-Cuéntame un sueño reciente.

En esta época de pandemia y restricciones, soñé que compraba una casa en el bosque, con un enorme jardín y algunos perros. De pronto los perros eran ovejas y yo era Carey Mulligan.


Interview with Anna Kulíčková

6/Feb/2021

-Hi Anna! What do you like about your dog?

Our dog is called František and he comes from a Slovakian shelter. He was caught in the same village near borders and was in very bad shape at that time. I think that dogs in general have a very tough life in there and František was no different. He was very scared at the beginning and even nowadays he is afraid of strangers. You can imagine I’m very glad when I see the change he has been through. You can clearly see that he´s living his dream right now. And that is what I like about him the most, he is enjoying his life and all the opportunities he has with us now. Besides that, he is very cute when he´s sleeping.

-You made a beautiful pop-up book called “Dogmare” (Psomůra), about a dog´s nightmare. How did you create the story for this book? Did you put yourself in the mind of the dog? Is it inspired in random events?

Karlín –the place where I grew up and lived by that time– was my main inspiration for this book. The church and all the architecture is based on real places. Also, we had a dog since I was 8, so that has been a great source of inspiration for me as well. Simply, I was trying to imagine what could be the worst thing that could happen to a dog that is used to live at home with his family.

-Why did you choose to illustrate Javier´s dream?

Right after the first reading of his dream I was rapted. I’m into bizarre stuff and things that make no sense. The motive of the giant snake which is turning the kids into stone is a great idea.

-What is your relation with your dreams? Are there any recurrent scenes or characters in them?

I’m having a lot of dreams all my life. They can be very different. Some of them are surreal, which I don’t usually remember. Often I have dreams that are related to stuff that I’m going through right at that time. My friends very often change into someone unknown to me. Movies and books are also a sure source of my dreams.

-How similar is Anna-kid to your actual version? When do you still feel like a child?

Myslím, že když mám hlad nebo jsem unavená občas bývám protivná stejně jako, když jsem byla malé dítě 🙂

As an adult, I’m still enjoying Christmas time and other feasts when I’m with my parents. By that time I can still feel like a little child.

-Do you remember a dream you had as a child?

Yes, I can recall one of my dreams. It was a nightmare, surprisingly. We were at the school gym, suddenly it started to change its shape and there was some kind of a monster – something like a giant devil, and suddenly I was there by myself without a possibility to run away. The whole atmosphere stays with me these days and sometimes I get a weird feeling just like I had in that dream.

-How growing up in Karlín was like? What was your first encounter with the world of Illustration and what inspired you to become an illustrator?

Karlín is a district in Prague. We used to go to the countryside a lot as well. I have great memories of my childhood. Except for the year 2002 when there were floods in Prague. It left our neighborhood in very bad shape, lots of odd people and dirt. Karlín was known as a ghost town at that time. This is an old history and things were all right after a while. Nowadays Karlín is going through some different changes and I don’t like that either.

I used to draw a lot since my childhood. At the end of primary school, I had to decide where I will go to high school. I didn’t like a lot math, history, and things like that, and I was looking to do something more creative. That’s why I went to an art school. I decided to do Illustration when I was at the university, where it was all connected through the books. 10 years ago I started to collect illustrated books and started to be more interested in illustration.

-Your illustrations are mostly handmade. Why do you prefer handwork over digital?

Handwork seems more real and personal to me. I have the feeling that digital work leads to a very similar look in illustrations. I do like different styles of graphic techniques and I always like to experiment. I like to enjoy the contact with colors and different materials too, which is another thing that I miss in digital work.

-Is your subconscious present when you draw? Do you let it in?

It depends if I’m doing work on my own or doing something for a contract. Sometimes I do.

-How different are you in reality from the version of yourself in dreams?

I think that I am pretty much the same person.

-If we could enter into your latest nigtmare, what would we see?

If you enter into my lastest nightmare you would see that my friends hate me and I don’t know why and I can’t do anything with that.

-You made the book “When the darkness spills through a keyhole” (Když se klíčovou dírkou rozlije tma), inspired by children’s aesthetics. How did you come up with this premise? Where did you read David Košťák´s text for the first time?

This book was my Bachelor’s thesis. I knew that I wanted to make a book for children. First, I was looking for some stories that already exist. Then my friend told me about David and his work. So he wrote this story for me. I really like the poetics in this book, and that is what I was trying to express in my work.

-You´ve had the chance to create some books entirely (story, illustration, graphic design, bookbinding). What is so attractive about the entire conception of a book?

In my opinion, the most important thing about a book is to perceive it as a whole thing together. You can have beautiful illustrations that can be ruined by an insensitive graphic design or a bad choice of paper and print. Biding can also change the whole taste of a book. That’s why I’m always trying to think over all the aspects of the book. I really like to work with different materials and techniques too.

-Please tell a recent dream of your own.

In these times of pandemic and restrictions, I dreamt about a house which I bought. It had a huge garden by the woods and a few dogs. Suddenly the dogs became sheep and I was the actress Carey Mulligan.

Leire Urbeltz

noviembre 19, 2020

© Leire Urbeltz, 2020

Soñé que me fui muy lejos y no regresé. (Cinthya, 11 años/ San Sebastián Teitipac, Tlacolula, Oaxaca, México)

Entrevista tecnicolor con Leire Urbeltz

Pregunta: Roger Omar. 2/Nov/2020.

Leire Urbeltz

-¡Hola Leire! Has viajado y vivido en otros países pero has regresado y reconectado con tus raíces. Desde tu último viaje, ¿cómo ha sido el proceso de readaptación a la propia tierra? ¿Por qué has elegido ilustrar el sueño de Cinthya?

¡Hola Roger! No lo puedo negar, para mí volver es siempre lo más difícil. En primer lugar porque me despido de las personas con las que durante el viaje he tenido un relación intensa sin la certeza de volver a verlas. En segundo lugar porque cuando he viajado sola la conexión conmigo misma ha sido muy profunda y esto sumado a la humilde observación de otra cultura, ha sido el detonante de grandes transformaciones internas. Al volver, me ha parecido como si el tiempo se hubiera congelado; he seguido siendo la Leire de siempre con sus inseguridades, la que vive en una pequeña ciudad con una cultura muy arraigada donde ser mujer y viajar sola no sé hasta que punto está del todo integrado. Creo que la gente que forma parte de tu rutina diaria en el origen, no se imagina que está en tu corazón cada día del viaje. Siento que para algunas personas la mujer que viaja sola es despreocupada, demasiado desapegada, individualista y tiene ideas raras que no interesan. ¡La verdad es que me han dicho de todo! Jaja. Hay relaciones que desaparecen y poco a poco te vas quedando con 3 amigues y da gracias. Así que el proceso de readaptación a la propia tierra es largo y no exento de retos. Sobre todo porque al mirar hacia tu casa desde tan lejos y durante tanto tiempo coges una mayor perspectiva… Entiendes a tu comunidad también como una heredera de los conflictos de la guerra, con heridas que todavía están sin sanar. La sacas del ombligo de tu mundo y sitúas a tu ciudad a la deriva en un universo que, después de largos viajes, tampoco te parece tan grande, e intentas armonizar tu experiencia con la de las personas que te rodean. En realidad reconozco que me da un poco de envidia la gente que no ha sido infectada por el virus de la curiosidad por conocer este mundo, supongo que a elles cuando les afectan sus emociones negativas no les entra la desorientadora idea de irse lejos y no regresar, como en el sueño de Cinthya.

-Tu dibujo podría ser también la ilustración de un viaje astral. ¿Se parece en algo a tus sueños?

Curiosamente creo que en mis sueños estoy mucho más en el cuerpo. Mis sensaciones tienen más que ver con lo físico: nadar sobre inmensos volúmenes de agua, volar a gran velocidad, sostener en equilibrio una línea recta e infinita trazada con un lápiz, beber de aguas negras… Es al despertar cuando mi mente busca penetrar mundos irreales, formas alteradas de la realidad y colores brillantes. Si alguna vez he tenido alguna experiencia que se pueda asemejar en cierto modo a un viaje astral, ha sido despierta.

-¿Cómo son tus sueños? ¿Aparecen escenas o personajes que, por reiterativos, son ya familiares para ti? ¿Te revelan los sueños aspectos nuevos sobre ti? ¿Eres parecida a la Leire del sueño o te percibes de otra manera?

Algunas veces, personas que he conocido en diferentes partes del mundo se juntan en un mismo lugar, que a su vez es una amalgama de diferentes espacios que he visitado. Otras veces, la mayoría, a pesar de parecer muy reales, los personajes de mis sueños son totalmente desconocidos para mí. Es como si mis sueños fuesen una fuente infinita que crea rostros que nunca he conocido. Al menos no en esta vida. En ocasiones mis sueños me revelan aspectos de mí que me desagradan. Es como si iluminasen sombras con las que he de trabajar al despertar. No me gustaría sentirme identificada con esa Leire, aunque sé que esas caras de mi personalidad también son reales. Otras veces en mis sueños se manifiesta una gran capacidad resolutiva, es como si me dieran las claves para solucionar mis quehaceres. Me despierto con las ideas claras, con la sensación de ¡Eso es! Aunque quizás ni siquiera recuerde el sueño. Es más bien una sensación.

-¿Influyen tus sueños tu realidad y tu trabajo como artista? ¿De qué manera?

Además de los aspectos sombríos que en sueños se iluminan como tareas a realizar, creo que de alguna manera inconsciente hay cierta influencia. Recuerdo por ejemplo un día que tenía que madrugar para ir a trabajar al Centro Huarte de Arte Contemporáneo. Al despertar recordaba haber estado soñando con una gran esfera de luz turquesa que se asomaba entre los edificios detrás del centro de trabajo. Al acercarme se iba revelando la forma de una gigantesca cabeza de la estatua de la libertad. Era sólo la cabeza y medía tanto como los edificios del pueblo de cinco o seis pisos de altura. Hasta entonces nunca había pensado en visitar América, y a los cuatro meses estaba aterrizando en Nueva York para pasar un año a deriva entre EEUU y México.

-En el conjunto de tus imágenes percibo una mezcla entre naturaleza y psicodelia. Es decir, en ésta aparece una gallina, un animal rural y simple en apariencia pero depositaria del huevo, con toda su carga cósmica. ¿Hay algo de sentido en esta apreciación? ¿Cómo describirías tus propias ilustraciones?

¡Me encanta que hagas esa apreciación sobre la gallina! Jaja. A decir verdad ha sido un elemento totalmente azaroso, así que en ese sentido debe estar totalmente conectado con lo cósmico. En mi primer gran viaje, a Pekín en 2011, me mostraron el libro que contenía la sabiduría milenaria del I Ching, el cual a través del azar iba a predecir la dirección natural o de menor resistencia al cambio que tomarían las cosas. Creo que este es el libro que mayor influencia ha tenido sobre mis dibujos, de hecho hubo un tiempo en el que lo consultaba para alterar el rumbo de mis composiciones. También conocer la obra de Henry Darger, cargada de los conflictos y traumas de la madurez desde la visión más naif y preciosista, fue un contraste que me causó gran impresión. Mis raíces en la cosmogonía vasca cargada de mitos, símbolos y ritos que beben de las aguas del animismo, y cierta fascinación revivalista de la vida en tecnicolor y las corrientes psicodélicas de los años 60 pueden definir mis intereses a la hora de dibujar. ¡Qué pregunta tan difícil!

-¿En qué te pareces a tus dibujos?

Quizás mis dibujos se parecen más a mi anhelos que a lo que soy. Huidas hacia lo salvaje y desconocido, arcoíris interminables, melancolía de épocas en las que ni siquiera había nacido… Jaja. Creo que son más bien el reflejo de mis deseos.

-¿Recuerdas algún sueño que tuviste de niña?

No recuerdo cuándo empezó… pero tuve un sueño recurrente que se repitió durante muchos años. El sueño transcurría dentro de mi boca donde primero unas pequeñitas semillas iban brotando desde mis papilas gustativas. Recuerdo una sensación de aspereza al arrancarlas con mis dedos. Cuanto más rápido las intentaba eliminar de mi boca, ¡más rápido y más grandes emergían! Hubo un tiempo en el que más que semillas parecían ya frutos. Albaricoques o membrillos pequeñitos quizás.

-¿Se parece la Leire niña a la actual?

Demasiado.

En la ikastola era fácil, el arcoíris era rojo, naranja, amarillo, verde, azul claro, azul oscuro y violeta. Al llegar a casa, ese arcoíris se enredaba en la carta de colores de la lana que los hiladores traían a mis padres.

Parecía interminable: Rojo, rojo Amaranto, rojo Bermellón, rojo Burdeos, rojo Carmín, rojo Escarlata, rojo Teja… Naranja. Naranja zanahoria, naranja salmón, naranja coral, naranja albaricoque, beige… Amarillo. Amarillo cadmio, amarillo limón, amarillo oro, amarillo ámbar, amarillo indio… Verde. Verde esmeralda, verde Jade, verde pistacho, verde oliva, verde militar… Azul. Azul cobalto, azul turquesa, azul cyan, azul celeste, azul marino, azul añil, azul Klein, azul de Prusia… Violeta. Violeta lavanda, violeta malva, violeta púrpura, violeta amatista…

Mi padre y mi madre siempre estaban ocupadísimos con la lana, mientras mi hermana y yo veíamos desde poco más de un metro de estatura cómo cientos de colores daban salto tras salto desde lo mecánico a lo manual por encima de nuestras cabezas. Se parafinaba la lana, se diseñaba la chaqueta, se tomaban las medidas a las señoras, se tricotaba, se vaporizaba, se cortaba, se sobrehilaba con la Overlock, se cosía con la remalladora, se remataban los detalles, se hacían ojales, se abotonaba, se planchaba… la lana de colores era la prioridad y se extendía ante nosotras como en un mundo de fantasía donde siempre había que mantenerse ocupada.

De alguna manera la Leire niña aprendió bien la tarea, se refugiaba en los colores para mantenerse a salvo de las dificultades del día a día. Igual que lo hace ahora.

Leire disfrazada de arlequín y su hermana Araitz de Momotxorro, durante el carnaval vasco de Yesa, en 1991. Sobre la chimenea, su conejito Ignoto.

-Cuéntame un sueño reciente.

Estaba en Sofia, Bulgaria. En realidad parecía Austin, aunque las casas tenían un piso más de altura que en Texas. La ciudad estaba llena de gente porque se celebraba una Bienal de arte que ocupaba muchísimos espacios expositivos. Yo visitaba galerías hasta que me cansaba de saludar a gente. Entonces en un parque circular que se elevaba en una pequeña montaña descubrí que si subías a cuatro patas, los ornamentos del suelo se convertían en pequeños seres muy tímidos que se sonrojaban al escuchar tus pensamientos. Si los tocabas, se movían a pesar de estar hechos de piedra y cerámica.

Anja Sušanj

agosto 4, 2020

© Anja Sušanj , 2020

Sanjala sam da su na prozorima moje kuće leteći lavovi. Nisam znala što da radim. Protrčala sam kroz kuću, skočila s balkona i sletjela na madrac. (Itzel, 8 god/ Španjolska)

Undulating interview with Anja Sušanj

13/July/2020

-Hi Anja! Why did you choose to illustrate Itzel´s dream? There was just something about the flying lions that sounded whimsical to me and I wanted to depict them. I also immediately “saw” a star-crossed sky, which I love to draw, so it was a no-brainer, really.

-You created a wonderful image that is like a dream itself. Can you describe your first ideas and how they developed into the final version? I made a lot of sketches, and my first ideas consisted of a more straightforward approach – having a little girl in front of giant windows on which there were lions, with drapery, armchairs, other elements typical of a living room/bedroom. As it’s a dream, I wanted to play with the composition and really break away from the first visual association I got – which was the frontal scene described above. She never mentions how many lions, we only know it’s more than one, so in the end I decided on an ornamental approach.

-In your illustration the lion appears in various forms. We see the constellation of Leo in the middle of some sphinxs-like lions. Is this approach to the dream inspired by the mythology of the “winged lion? Actually, I was mostly motivated by the composition – meaning, I wanted the finished piece to function both through storytelling (by depicting Itzel’s narrative) and as a design piece, that is almost pattern-like and has a reduced colouring and is very symmetrical in many ways. I wanted the lions to feel otherworldly, so I made them stiff and in mirroring positions, almost like living statues, that feel both real and unreal at the same time. I realise the blue ones are sitting like the sphinx, but the reference is only visual, as their stiffness was crucial for me. Also, I wanted the whole scene to feel odd and somewhat uncomfortable, but not necessarily something that will strike fear.

-How would Anja kid have reacted to the flying lions? This is a tough one – I think she would have loved the idea of flying lions, she’d have assumed they all talked as well and would have chatted away. She’d also probably try to make them fly her somewhere, she wanted to see everything up close. She’d think of them as a bit mischievous, but wouldn’t be afraid. As an adult woman, I’d probably be much more cautious.

-Do your dreams influence you in any way? Have you ever recovered dream characters or events to portray in your illustration work? Oh, yes, actually – especially when I was younger – I used to come up with stories that were often based on dream sequences. My dreams are quite vivid, when I do remember them, so oftentimes whole worlds and characters would emerge from them. I wouldn’t say my dreams influence me, but as I’m quite the analytical person, when I do remember them I tend to really dive into them to draw out as much creative juice as I can. I don’t believe dreams are more than a sum of our experiences and general thoughts, but they do end up being quite a good source for whimsical storytelling.

-If we could enter into one of your actual nightmares, what would we see? Probably a lot of insects, as I’m a bit entomophobic.

-Is there any childhood dream or nightmare that you remember until now? I remember some, but there’s one that really stuck with me, as it was recurring.
It’s mostly just an instant, not a whole narrative, of a woman with a cat’s head and tail, wearing some unknown formal wear and with huge wings resting peacefully on her back. She’s standing on a moving bridge, made of rope and wood, hanging over an abyss. The sky is tinted green pink, but the abyss is dark purple and it feels like a moving, dense fog. Still, she isn’t looking at it, she is staring right in front of her, at a point we cannot see, as we’re facing her instead. We cannot turn and don’t know what’s behind us. She seems tense, although her face is expressionless. After a few long, strained moments, she just jumps and takes flight. We don’t know where she went and are only left with the moving bridge, that’s slowly undulating back into immobility.

Funnily enough, only when I was half-way through writing this I realised she is a flying cat and that I chose to write about a dream that has a similar figure to Itzel’s!

-Do you know any Croatian tradition or popular belief about dreaming? There are some, this one the most coherent of all: Mora is the croatian word for nightmare (cro. noćna mora – night mare) and it references a creature that enters one’s bedroom through a keyhole, disguised as a moth, and sits on the chest of the person asleep (sometimes in cat form, sometimes as a beautiful woman), which makes it difficult to breathe. It is believed she would drain the energy of the person asleep, leaving them weak and breathless. This belief is found not only in slavic, but other mythologies, with somewhat different details, but where I come from she tends to take the form of a cat. She is also sometimes connected to Morana, a slavic deity.

-Please tell a recent dream of your own. Recently, I’ve been dreaming of a house.

It’s not your average two-storey family home, mind you, but a huge, possibly endless, conglomerate of merged hallways, walls and towers. It’s mostly made of white wood, a bit gothic in nature, with bridges and stairs, and endless rooms – it feels impossible to map.

Like a paper collage animated in real time, it’s a fixed place that somehow keeps changing shape and form all the same; a place that sometimes houses endless meadows, and is simultaneously just a square empty room. The walls are thick, but sometimes they aren’t, sometimes they are glass, and sometimes there are none at all. At times, the staircases lead somewhere, but most times they go nowhere. Every so often there is a whole city there, crowded, with roads, and people, and laughters, and lives, only for it to become an empty space, quiet and bright and too big for just one person.

It’s a house that’s in constant flux, impossible to map, the very epitome of change, as it’s always the same, and yet always different. There is no mold that could fit it.

I know it very well, its halls feel ancient and familiar to me. Yet, when I walk through them I never know what I’ll find going through a door. I meet people there I do not know, and find places I have long forgotten existed.

This house stands tall within nothing and everything, it has a waterfall up in one tower that never reaches the bottom. I’m not even sure there is an end to it for the water to reach. It only sort of disperses itself in thin air, midway.

I’ve recently been dreaming a lot about this house, its halls feel new and exciting to me, yet when I walk through them, I know every bit, every detail, every shape.

I know this house very well, and not at all.

Huge thanks Anja! No problem Roger, thank you!


-¡Hola Anja! ¿Qué te motivó a ilustrar el sueño de Itzel? Los leones voladores tienen algo enigmático que me apetecía explorar. También vi de inmediato un cielo estrellado, cosa que me encanta dibujar. No dudé.

Itzel, 8 años

-Sin ceñirte estrictamente al texto original, creaste una ilustración que por sí misma es un sueño. ¿Cuáles fueron tus primeras ideas y cómo progresaron hacia la imagen final? Hice muchos sketches y mis primeras ideas eran algo más literal, con la pequeña soñadora frente a unas ventanas gigantes donde había leones… y cortinas, sillones y demás mobiliario típico de una habitación. Al tratarse de un sueño, preferí jugar con la composición y alejarme de las primeras asociaciones visuales y de la escena frontal que antes describí. La niña no mencionó cuántos leones había. Sabemos que hay más de uno, así que al final decidí hacer algo ornamental.

-El personaje del león adopta en tu dibujo varias formas: en la parte central vemos la constelación de Leo, escoltada por leones alados en posturas de esfinges. ¿Asocias tu interpretación del sueño de Itzel con la mitología? No tanto. Me motivaba más trabajar en la composición. Quería que la pieza tuviera una doble función: narrativa (que contara el sueño de Itzel) y ornamental (casi como un patrón, simétrico en muchos sentidos y de color limitado). Quería dar a los leones una apariencia sobrenatural, así que los dibujé rígidos y en posiciones de espejo, casi como estatuas vivientes, reales e irreales a la vez. Es cierto que los leones azules están sentados como esfinges, pero dicha referencia es sólo visual, para mostrar una rigidez que consideré crucial. También quería que toda la escena se sintiera extraña y algo incómoda, pero no espantosa.

-¿Cómo habría reaccionado la Anja niña ante los leones voladores? Es una pregunta difícil. Creo que le habría encantado la idea, habría asumido que hablaban y se hubiera puesto a platicar con ellos. Probablemente habría tratado de que la llevaran volando para ver el cielo de cerca. Los leones le habrían parecido algo traviesos, pero sin asustarla. Ahora, como mujer adulta, sería más cauta.

-¿Te influyen tus sueños de alguna manera? ¿Los has dibujado alguna vez? Sí, especialmente cuando era más joven acostumbraba crear historias a menudo basadas en secuencias soñadas. Mis sueños son intensos. Al recordarlos brotan personajes y mundos nuevos. No diría que me influyen porque soy muy analítica, pero me sumerjo en ellos y les saco tanto jugo creativo como pueda. No creo que los sueños sean más que una suma de experiencias y pensamientos globales, pero resultan un excelente recurso para contar historias fantásticas.

-Si entráramos en una de tus pesadillas, ¿qué veríamos? Probablemente muchos insectos, porque soy algo entomofóbica.

-¿Hay algún sueño o pesadilla infantil que recuerdes hasta la fecha? Recuerdo algunos sueños, pero hubo uno recurrente que se ha quedado conmigo. Es apenas un instante, no una trama completa, sobre una mujer con cabeza y cola de gato, con una indumentaria desconocida y formal y unas alas enormes descansando plácidamente en su espalda. Está de pie en un puente hecho de madera y cuerdas, colgando sobre el abismo. El cielo está teñido de rosa verdoso pero el abismo es de un morado intenso. Flota una niebla densa. La mujer gato tiene la mirada fija al frente, en un punto que nosotros no vemos porque está detrás nuestro y no podemos girarnos. Parece tensa, aunque su cara es inexpresiva. Después de varios instantes largos y tensos, salta y emprende el vuelo. No sabemos a dónde fue y nos quedamos a solas frente al puente, que se mece suavemente hasta quedarse inmóvil.

¡Mira qué curioso! Cuando había escrito la mitad de la respuesta, me di cuenta que soñé con una gata voladora, un personaje parecido al león volador del sueño de Itzel.

-¿Conoces en Croacia alguna creencia popular relacionada con el mundo de los sueños? Algunas. Hablaré de la más coherente. “Mora” es la palabra croata para “pesadilla” (cro. noćna mora – night mare), y hace referencia a una criatura que, disfrazada de polilla, entra al dormitorio por la cerradura y se sienta sobre tu pecho mientras duermes (a veces adopta la forma de un gato, otras veces es una hermosa mujer), dificultando tu respiración. Se cree que drena tu energía hasta dejarte debilitado y sin aliento. Ésta no es sólo una creencia eslava. Aparece en otras mitologías pero varían los detalles. De donde vengo suele tomar la forma de un gato. En ocasiones también se le asocia con “Morana”, la deidad eslava.

-Cuéntame un sueño reciente. Últimamente he estado soñando con una casa. No es la tradicional casa familiar de dos plantas sino un enorme, quizá infinito, conglomerado de pasillos, paredes y torres interconectadas. Construida casi en su totalidad con madera blanca, un poco estilo gótico, con escaleras y cuartos interminables – resulta imposible trazarla en un mapa.

Como un collage de papel que se anima en tiempo real, es un lugar que está cambiando constantemente de forma; un lugar que por momentos alberga interminables praderas y que al mismo tiempo es sólo una habitación cuadrada y vacía. Las paredes fluctúan entre el grosor y la delgadez, unas veces son de cristal y otras no existen. En algún momento las escaleras conducen hacia algún lugar pero la mayor parte del tiempo no van hacia ninguna parte. De vez en cuando hay una gran ciudad abarrotada, con caminos, gente, risas y vidas… que se transforman en un espacio vacío, silencioso, brillante y muy grande para una sola persona.

Es una casa que fluctúa constantemente, imposible de mapear, la epítome perfecta del cambio, siempre igual y siempre distinta. No hay un molde que pueda contenerla.

La conozco muy bien. Reconozco sus antiguos salones. Sin embargo, cuando los recorro, nuncá sé qué habrá detrás de cada puerta. Me encuentro con personas desconocidas, con lugares que hace mucho tiempo olvidé que existían.

Esta casa se mantiene erguida dentro de todo y nada. Por una de las torres cae una cascada que nunca llega al suelo. No estoy segura si hay algún fondo que alcanzar porque, a medio camino, la cascada se dispersa en el aire.

Recientemente he soñado mucho con esta casa. Sus salones me parecen novedosos y emocionantes, pero caminando en ellos reconozco cada rincón, cada detalle, cada forma.

Conozco muy bien esta casa y la desconozco absolutamente.

-¡Muchas gracias, Anja! A ti, Roger.

Simon Væth

julio 21, 2020

© Simon Væth, 2020

I nat drømte jeg at jeg døde, men så blev jeg vakt til live igen i templet og så vågnede jeg og gik hjem. (Arlet Marisol/ México)

Rainy interview with Simon Væth

19/July/2020

-Hi Simon! What do you like about Arlet´s dream? I love the indifferent way Arlet tells a dramatic story. And even though the scenery is only described with “the temple”, it still managed to make me curious and get inspired.

-Can you describe the illustration process? I basically went with the first and the best idea. And I chose to do it as a paper cut because the medium, with its silhouette-like style, has a nice mysterious dreamlike quality to it. I sketched the idea on the back of the paper, made some adjustments and then the paper scalpel did the rest of the work, finished up with some digital additions like the background color and the drop-shadow.

-What is so special about paper cut? What does it offer you compared to other illustration techniques? A lot of my regular illustration work is made fully or partially on computer, which is great because the possibilities are so many and you can easily change and correct the illustration. But the possibility to constantly change and correct is also a way of killing the spontaneity and rough qualities of the work. Paper cut is for me a healthy and necessary contrast to working digitally, and I like the simplicity of the look which works great together with my love for the more rough and naive art.

-What makes you connect with your childhood? How different is the kid Simon from the actual one? That´s a good question. It is easy to get disconnected from the feeling of childhood, but things like being outside in all kinds of weather helps to reconnect, especially with the smells. A wet forest or a newly plowed field can trick me back into childhood. Five years ago I addressed my 11 years old self as the guide and tutor for my present self. I was afraid of getting too serious and focused on what other people thought of my work. The 11 years old Simon just did stuff without too much thought on the result and audience, just free childlike curiosity and fast forward.

-Is there anything that you´d like to recover from your childhood? Besides the feeling of infinite time, I would like to recover some of my careless confidence and drive that I had in my childhood.

-Can you recall how your predilection for myths and folklore started as a child? I can’t pinpoint a specific event that woke my interest in folklore, but for as long as I can remember I have been very interested in history, old ruins, burial mounds and so on, and folklore is often linked to places like that.

-What is your relation with dreaming? What are some of the recurrent symbols and characters in your dreams? I like to dream. It’s a free and strange ride on your own subconscious. There are some sceneries and elements that often occurs in my dreams and that is train and bus rides, and buildings with many levels of rooms and cellars all intertwined. Strangely enough my dreams seldom occur in the forest or nature.

-Have you ever turned any of your dreams into something real or material? (A story, a drawing, a phone call, a message) … Not really. But I did sketch down some of my dreams when I was younger, just so I could better remember them. I also had a short period where I wrote them down.

-Is there any dream of yourself (or life event) related with dying and reviving? Luckily I haven’t had any near-death experiences but I do recall a dream I had as an teenager where I died in a car crash and went to heaven. Heaven had a waiting room for the newly dead and it was nicely furnished with Danish design classics. Heaven itself had two sides, the “old heaven” and the “new heaven”. The new one was like a big modern city and the old one was more like an old limestone ruin overgrown with ivy.

-Please tell a recent dream of your own. I had a strange little dream where my little three months old daughter actually was a 15th century late gothic wooden figure. Even though I like old antiques I do prefer the human version of my daughter.


-¡Hola Simon! ¿Qué te animó a ilustrar el sueño de Arlet? Me encanta la indiferencia con la que Arlet relata un evento dramático. Y su breve alusión al escenario, descrito como un “templo”, bastó para despertar mi curiosidad e inspirarme.

-¿Cómo fue el proceso de ilustrarlo? Básicamente me quedé con la primera y mejor idea. Elegí hacer papel cortado porque este recurso, a modo de silueta, tiene una misteriosa propiedad inherente al sueño. Dibujé la idea en la parte trasera del papel, hice algunos ajustes y con el bisturí hice el resto. Concluí añadiendo algunos detalles digitales como el color de fondo y la sombra.

-¿Por qué te gusta tanto hacer papel cortado? ¿Qué te ofrece esta técnica comparada con el dibujo tradicional? Gran parte de mi trabajo de ilustración está hecho parcial o completamente en la computadora, que me viene genial porque son muchas las posibilidades y allí puedo modificar fácilmente el dibujo. Pero la posibilidad de modificar y corregir constantemente mata la espontaneidad y frescura de la pieza. El papel cortado es un contraste necesario y sano a mi trabajo digital. Me gusta su aparente simplicidad, que combina a la perfección con mi amor por el arte más naif y primitivo.

-¿Cómo reconectas con tu infancia? ¿Qué tan diferente eres del Simon niño? Buena pregunta. Es fácil estar desconectado de mis sensaciones de infancia, pero estar en el exterior en todo tipo de climas me ayuda a reconectar, especialmente a través de los olores. Un bosque mojado o un campo recién arado me transportan a mi niñez. Hace cinco años asigné a mi yo de 11 años la misión de guiar a mi yo actual. Tenía miedo de volverme demasiado serio y centrarme en lo que otra gente piensa de mi trabajo. El Simon de 11 años es capaz de hacer cosas sin pensar demasiado en el resultado ni en la audiencia. Equipado de curiosidad infantil e impulsividad.

-¿Hay algo que te gustaría recuperar de tu niñez? Además de la sensación de que el tiempo es infinito, me gustaría recuperar algo de la confianza despreocupada y determinación que tenía entonces.

-¿Recuerdas cómo empezó tu gusto por los mitos y el folklore? No puedo señalar un evento concreto que despertara mi interés por el folklore, pero desde siempre me han interesado la historia, las ruinas, los montículos funerarios… Y el folklore está ligado con esos espacios.

-¿Cómo te relaciones con tus sueños? ¿Reconoces algunos símbolos y personajes recurrentes en ellos? Me gusta soñar. Es un viaje libre y raro por mi subconsciente. Hay escenarios y elementos que a menudo sueño: viajes en tren y bus, edificios con muchos niveles de habitaciones y sótanos, todos entrelazados. Por extraño que parezca, mis sueños raramente ocurren en la naturaleza o el bosque.

-¿Alguna vez has transformado alguno de tus sueños en algo material? (En un cuento, un dibujo, una llamada telefónica, un mensaje) … Cuando era más joven boceté algunos para recordarlos. También los escribí durante un breve periodo.

-¿Has experimentado la sensación de morir y revivir, cómo le ocurrió a Arlet en su sueño? Por fortuna no he tenido experiencias cercanas a la muerte, pero recuerdo un sueño que tuve en la adolescencia, donde moría en una colisión de coche e iba al cielo. En el cielo había una sala de espera para los muertos recientes, y estaba bellamente amueblado con clásicos del diseño Danés. El cielo estaba dividido en dos partes, el “cielo viejo” y el “cielo nuevo”. El nuevo era como una gran ciudad moderna, y el viejo unas viejas ruinas de piedra caliza tapizadas de hiedra.

-Cuéntame un sueño reciente. Tuve un pequeño sueño extraño, donde mi hija de tres meses de nacida era una figura de madera del Gótico tardío del Siglo XV. Aunque me gustan las antiguedades, prefiero su versión humana.

Koizumi Yumi

junio 22, 2020

© Koizumi Yumi, 2020

夢の中でぼくは悪魔に追いかけられ、助けを求め走っていた。でもそこに人はいなくて、ひとりぼっちのぼくを、誰も助けてくれない。携帯電話ももっていないから911にかけることもできない。ぼくは死ぬところだったけど、そこで目が覚めた。

(ハンベルト 9歳 メキシコ)

1/Julio/2020

-¡Hola Yumi! ¿Por qué has elegido ilustrar el sueño de Humberto? Porque cuando era niña yo también soñaba que me perseguían, y era espantoso. Creo que no tuve una infancia tan divertida.

Humberto, 9 años

-¿Soñabas también que te perseguía un demonio? Sí, un demonio con la apariencia de “Maneki-neko” (招き猫), el gato japonés de la buena suerte, ¡pero era enorme! Es un recuerdo terrible, haha.

-Ahora, como mujer adulta, ¿qué apariencia tiene el demonio? Es la voz que suena en mi cabeza cuando pierdo la confianza.

-Cuéntame quién o qué despertó tu gusto por dibujar. Tal vez fue mi madre. Empecé a dibujar con lápices y bolis.

-¿Qué tanto te pareces a la Yumi que fuiste de niña? Somos igualitas. Algo tímidas y nos encanta hablar y dibujar.

-Si construyéramos un parque temático con tus sueños, ¿qué veríamos? Una casa embrujada. La he visitado tantas veces en mis sueños… Navegaríamos sobre un río estrecho metidos en un pequeño bote (sería la versión tenebrosa del “It´s a Small World” de Disneyland).

-¿Hay en Japón alguna creencia relacionada con los sueños? Se llama “Masayume” (正夢). Es la creencia de que los sueños se vuelven realidad. Excepto si los cuentas. Por eso mantenemos en secreto aquellos sueños que deseamos que se hagan realidad.

-¿Qué disfrutas hacer además de dibujar? ¡Ver películas!

-Cuéntame un sueño reciente. Un amigo me daba una botella de licor para una fiesta, yo buscaba un lugar donde enfriarla mientras empezaba la celebración. No sé por qué pero había tumbas en la casa, y finalmente decidía poner la botella en una tumba… No quería que este sueño se volviera realidad, así que por supuesto se lo conté a mi marido.


-Hi Yumi! What do you like about Humberto´s dream? Why did you choose to illustrate it? When I was a child, I also had scary dreams like being chased. I think my childhood wasn´t so fun.

-Did you also dream that a demon was chasing you? Yes, it was “Maneki Neko” (招き猫 ). It´s is cat ornament for good luck in Japan (please google it!), but this was so big! It is a very scary memory, haha.

-What is your idea of a demon now, as an adult? It´s the voice in my head when I lose confidence.

-Who introduced you to drawing? Maybe my mother. I started to draw with pencils and pens.

-How similar is the Yumi kid from your actual self? We´re exactly the same. We´re shy and love talking and drawing.

-If there was a thematic park constructed with your dreams, what would it be? A haunted house. I went there so many times in my dreams… Riding a small boat, down a narrow river (the scary version of “It’s a Small World” in Disneyland).

-Is there any japanese popular belief related with dreams? Yes, “Masayume” (正夢 ). The belief that dreams come true. Except if you tell someone about it, then it´ll never happen. So we keep secret those dreams that we wish to come true.

-What do you enjoy to do besides drawing? Watching movies!

-Please share a recent dream of your own. I received a bottle of alcohol for a party from my friend. I started looking for a place to chill it before the party begins. I don’t know why but there were some graves in the house, and finally I decided to place it in a grave… Of course I don’t want this dream to come true, so I told it to my husband!